Projeto do Ministério da Defesa inicia perfuração de poço artesiano em aldeia indígena no Maranhão
Brasília (DF), 07/10/2020 – Foram iniciados os trabalhos de perfuração de um poço artesiano na aldeia indígena Planalto, no município de Grajaú (MA), durante a terceira fase da Operação Maranhão, ação interministerial realizada em conjunto pelos Ministérios da Defesa, da Saúde, e da Justiça e Segurança Pública. Com o apoio do Exército, por meio do 3º Batalhão de Engenharia de Construção (3º BEC), sediado em Picos (PI), e recursos do Ministério da Defesa, a ação atendeu à demanda da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) beneficiando dezenas de famílias indígenas da etnia Guajajara.
“Algumas aldeias são demarcadas em regiões de difícil acesso e distantes de recursos hídricos. Com isso, carecem de água própria para consumo”, explica Carlos Colares, assessor técnico da SESAI. “Verificamos a necessidade de perfurar poços em todo o território nacional, nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Estabelecemos uma parceria com o Exército, através dos Batalhões de Engenharia de Construção, que estão espalhados em vários estados do Brasil, para a perfuração de cerca de 450 poços artesianos nos próximos cinco anos”, informou.
De acordo com Alberto José Braga Goulart, Coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI-MA), além do reforço de suprimentos médicos e atendimentos especializados aos indígenas do estado, a parceria entre Ministério da Defesa e SESAI ampliou a atuação para melhorar o acesso à água em terras indígenas. “Na Operação Maranhão, foi autorizada a perfuração de um poço na aldeia Planalto, que vai beneficiar sete aldeias no estado e cerca de cinco mil moradores”, acrescentou.
Enquanto muitas famílias têm acesso à água de qualidade em abundância, parcela dos povos indígenas ainda sofre com a escassez desse bem natural. Com isso, acaba migrando para terras mais habitáveis, longe de suas origens. Joacy Gregório Guajajara, vice-cacique da aldeia Planalto, fala sobre a dificuldade para obtenção de água na localidade. “Como não tem rio perto daqui, muita gente foi embora. Há muitos anos estávamos esperando um poço. Para conseguir água, a gente traz nas costas ou de jumento. Agora, com o pessoal do Exército trazendo água para a gente, vai ficar melhor para a aldeia”, comemorou.
Jamerson Coutinho de Araújo, Sargento do 3º BEC, explicou que, naquele terreno, a água pode ser obtida numa profundidade de 100 a 180 metros, mas há capacidade de realizar uma perfuração ainda mais profunda. “Estamos prontos para cavar até 250 metros e a probabilidade é que tenha muita água durante o ano inteiro”, afirmou.